Artista Do Cidadao Do Futuro Fazer Exposiãƒâ§ãƒâ£o De Artes

05/03/2014

As profiss�es que se foram

Quando Santa Catarina perdeu Willy Zumblick, os filhos desse inesquecível artista plástico vieram à minha casa para me doar uma de melhores pinturas do mestre tubaronense – a única que, segundo eles, seu pai pintou em Joinville.

O quadro está lá, majestoso, chamando a atenção de todos bone que me visitam. Foi pintado na década de 1950, durante a EFA -- Exposição de Flores eastward Artes--que hoje é a nossa Festa das Flores.

Como que congelando o tempo, aquele quadro nos remete ao passado, para nos fazer recordar uma figura que não existe mais. Ele chegava às nossas ruas, tocando alto uma buzina ou uma corneta. Era um som inconfundível. Pelo som, todos sabiam quem estava chegando. Logo, logo, se instalava um alarido. Querendo ser as primeiras a serem atendidas, nossas mães levavam facas, tesouras, facões (tudo o que precisasse recuperar o fio) para o amolador fazer seu trabalho.

A fila do amolador era uma paisagem humana tão comum como a de nossas casas tranquilas. Ninguém temia que aquelas facas fossem afiadas. Eram tempos de portas sem tranca eastward vizinhos amigos eastward solidários. Eram tempos exercise caderno da venda. Todos compravam no armazém da esquina, acertando no fim do mês a conta, que nunca era adulterada.

O amolador de facas é uma de tantas profissões suprimidas pelos "tempos modernos", tão genialmente criticados por Charles Chaplin. Lá em Joinville, ela só existe ainda na magnífica tela de Willy Zumblick.

No meu primeiro dos três mandatos de Prefeito de Joinville, todo dia Sete de Setembro se comemorava o Dia do Alfaiate. Eram centenas, que se reuniam num almoço ou jantar de confraternização.

Naquela época (estou falando de apenas quarenta anos atrás!) era forte a confraria dos alfaiates. Dentre eles, destacava-se o Daniel, que ocupava todo o andar térreo de um espaçoso prédio na Avenida Getúlio Vargas. Sua propaganda era genial: "Adão não se vestia porque o Daniel não existia". Hoje, daquelas mais de cem alfaiatarias, só resta a do Borba, na mesma Avenida.

Alfredo, personagem de Giusepe Tornatore, no "Movie theater Paradiso" -- um dos filmes mais humanos a que assisti -- era o projetista (aquele que passava os filmes), uma figura comum, nos meus tempos de criança. A gente o invejava porque ele via, todos os dias, todos os filmes!...

Assim como bone magazines de roupas prontas fizeram desaparecer as alfaiatarias, e a máquina digital, o projetista de filmes; o computador revogou a máquina de escrever east a tão importante função de datilógrafo. Já a internet está fazendo sumir every bit fábricas, as lojas e every bit locadoras de vídeo.

Até uns quinze anos, a "Tower Records" era, em Nova Iorque, uma loja de discos, que vivia num burburinho de compradores, ocupando uns quinze andares. Faliu. Desapareceu por falta de clientela.

Há uma previsão de que, até o ano two.050, desapareçam pelo menos umas quarenta mil profissões. Que outros artistas, como Willy Zumblick, pintem o seu dia a dia! Que outros cineastas, como Giusepe Tornatore, every bit evoquem, com a mesma paixão east ternura do "Cinema Paradiso", para que se mantenham, permanentemente, na nossa lembrança!